Encartes Multimídia inclui a publicação de diferentes produtos de pesquisas em andamento. Serão aceitas etnografias visuais/relatórios multimídia com forte apoio de trabalho de campo e uso de estruturas de ciências sociais, ensaios fotográficos, documentários, poesia, histórias de vida e arquivos orais. Todo o material será avaliado de forma duplamente cega.

Vol 7 No 14 (2024)

Vol 7 No 13 (2024)

Vol 6 No 12 (2023)

Doces Santos: Devoções a Cosme e Damião no Rio de Janeiro, Brasil

O ensaio reproduz uma versão sintética da exposição virtual "Doces santos: as devoções a Cosme e Damião no Rio de Janeiro", originalmente postada no Instagram do nosso laboratório de antropologia, o Ludens. Trata-se de um dos resultados de uma pesquisa antropológica coletiva de longo prazo sobre a devoção aos santos gêmeos Cosme e Damião, que no Rio de Janeiro se caracteriza pela distribuição de saquinhos cheios de doces e balas para as crianças todo dia 27 de setembro, aproximadamente. Este artigo procura entender as relações de reciprocidade, as relações inter-religiosas e os fluxos urbanos articulados pela celebração dos santos a partir da perspectiva das pessoas que a tornam possível.

Vol 6 No 11 (2023)

Justiça comunitária e desempenho ritual. Um caso de lei maia na Guatemala

  • Carlos Y. Flores

Este ensaio que acompanha o documentário Suk' B'anik (Correção) baseia-se no acompanhamento de um caso de roubo resolvido pela chamada "lei ancestral maia" no município de Santa Cruz del Quiché, Guatemala, onde mais de 80% de seus habitantes se identificam como Maya-K'iche'. O material procura se aprofundar nas razões e emoções coletivas que ocorreram no julgamento comunitário que o processou. Dada a contínua fragilidade do sistema de justiça estatal, os tribunais populares coordenados por prefeitos de comunidades locais e coordenações supramunicipais de autoridades ancestrais tornaram-se comuns nessa região para processar coletivamente os infratores ou supostos infratores e aplicar algum tipo de sanção corretiva. Esses procedimentos judiciais ocorrem dentro de seus próprios entendimentos culturais, muitas vezes apresentando uma coreografia espetacular altamente ritualizada para consumo local e mais amplo. Essa visualidade, muitas vezes acompanhada de práticas de vídeo comunitário, contribui para a desempenho Os corpos individuais dos participantes recebem um status consubstancial nesses processos judiciais e, ao mesmo tempo, reafirmam as estruturas de poder locais. Nesses cenários coletivos, os corpos individuais dos acusados são exibidos e judicializados pelas autoridades locais diante de públicos que exigem sanções para expulsar o mal, aquilo que é percebido como prejudicial à comunidade. Esse exercício, por sua vez, funciona como uma metáfora para a limpeza moral e o reequilíbrio de um corpo social que processa seus próprios conflitos. Como nos rituais de passagem ou no teatro, os julgamentos populares nessas comunidades Maya-K'iche' frequentemente apelam para outros tempos e espaços, até mesmo sobrenaturais, o que afeta a eficácia da mensagem de reorganização que também reforça suas próprias construções de identidade.

Vol 5 No 9 (2022)

Vol 5 No 10 (2022)

Vol 4 No 8 (2021)

Imagens da conquista em Tlacoachistlahuaca, Guerrero: uma das muitas histórias...

  • Carlo Bonfiglioli

A dança que é o tema das imagens apresentadas neste ensaio fotográfico dialoga com muitas histórias. Tudo depende de onde, quando e para quem essas histórias são dançadas. Para os missionários da xviiDe acordo com os primeiros proponentes, essa dança era um meio de inculcar e celebrar a chegada da nova religião. Mas no xixCom a independência e, mais tarde, com a vitória do exército juarista sobre os franceses, essa visão dos vencedores mudou de lado e, com ela, as danças também mudaram. Os professores rurais tomaram o lugar dos missionários e se tornaram protagonistas de uma nova maneira de pensar e apresentar o passado; as primeiras variantes pró-indigenistas começaram a ocupar o palco ou então se misturaram ou coexistiram com as variantes pró-ispanistas. Por meio do trabalho de um certo Casimiro Jiménez, provavelmente do estado vizinho de Oaxaca, uma dessas variantes pró-indigenistas começou a se espalhar na região Mixteco-Amuzgo da Costa Chica de Guerrero entre 1910 e 1915. Meus amigos Amuzgo adoravam reconstruir sua disseminação na região, e hoje essa é a história que eles mais se interessam em contar. A outra, a história contada por meio da dança, também os deixa orgulhosos porque, apesar da derrota, seus ancestrais brilham por sua bravura e resistência. Espero que o conhecedor e o especialista nesses assuntos possam apreciar nas fotos que apresento os ecos dessas histórias cujos protagonistas são certamente muito mais numerosos do que aqueles que aparecem na tela.

Vol 4 No 7 (2021)

Vol 3 No 6 (2020)

Vol 3 No 5 (2020)

Vol 2 No 4 (2019)

Vol 2 No 3 (2019)

Vol 1 No 2 (2018)

Vol 1 No 1 (2018)