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Artigos sobre "violência"
Temáticas
Vol 5 No 10 (2022)
Estratégias de cuidado diante da violência de gênero em espaços públicos na Cidade do México
- Paola Flores Miranda
Palavras-chave: autodefesa feminista, espaços públicos, mulheres, violência.
Este artigo retoma os resultados de um processo de Pesquisa de Ação Participativa com uma Perspectiva Feminista onde a experiência das mulheres no espaço público é explorada em profundidade e como, a partir daí, seus corpos não só ressentem, mas também reagem a um cenário hostil no qual é necessário estar constantemente alerta. O trabalho enfatiza a consciência desta violência e sua implicação nas práticas urbanas das mulheres, especificamente a geração de estratégias de proteção e cuidado, desde as práticas cotidianas individuais ou coletivas em espaços próximos até aquelas que surgiram e se consolidaram através do ativismo, o que destaca as diferentes formas pelas quais as mulheres se organizam e enfrentam uma vida cotidiana na qual prevalece o medo e a violência.
Temáticas
Vol 5 No 9 (2022)
Consertando a imagem: subjetividades e anseios nos arquivos fotográficos de Michoacán, México.
- Gabriela Zamorano Villarreal
Este ensaio examina as práticas de fotomontagem em contextos rurais de Michoacán, México, para perguntar como os usos sociais da fotografia estão intimamente ligados a subjetividades coletivas e afetos de perda, entre histórias de migração e ciclos recorrentes de violência. Essas práticas visuais não podem ser compreendidas sem que se preste atenção aos aspectos intrínsecos da tecnologia fotográfica, como seu caráter indexical, sua materialidade, sua artificialidade e sua ancoragem temporal. Aqui, uma leitura cuidadosa do conceito de "o obtuso" proposto por Roland Barthes revela como as técnicas de fotomontagem, nas mãos de fotógrafos locais, geram efeitos visuais e deslocamentos por meio da manipulação de detalhes sutis que contribuem para recriar, mas também para subverter, os "modos de ver" entre os habitantes da região.
Temáticas
Vol 4 No 8 (2021)
Composição de narcocorrido em tempo real: construção sociomusical do dia 17 de outubro, o culiacanazo
- César Jesús Burgos Dávila
- Julián Alveiro Almonacid Buitrago
O objetivo do artigo é entender os processos e práticas sociomusicais do conjunto Arte Norte na criação do corrido "Ovidio Guzmán, el Rescate". O corrido narra os eventos violentos de 17 de outubro de 2019, após a captura fracassada de Ovidio Guzmán em Culiacán, Sinaloa. Entrevistamos os compositores e músicos para nos aprofundarmos em suas experiências e na construção do significado musical sobre o Culiacanazo. Apresentamos os resultados em três seções: as experiências dos músicos, as fontes de inspiração e as motivações para compor o corrido; apresentamos as estratégias e o imediatismo de suas práticas de composição e divulgação; por fim, abordamos o contexto, os avisos e o gerenciamento de riscos por parte dos músicos.
Realidades sócio-culturais
Vol 4 No 7 (2021)
Morte social e chances de vida violenta
- Henrik E. Vigh
Palavras-chave: África, guerra civil, juventude, morte social, violência.
Neste artigo, examino o recrutamento militar de jovens urbanos na África Ocidental e analiso seu envolvimento em conflitos como uma "navegação social". Proponho uma perspectiva sobre a juventude que pressupõe que essa categoria geracional é tanto um processo social quanto uma posição. O artigo ilustra como os jovens urbanos navegam em seus laços sociais e nas escolhas que surgem em situações de guerra para escapar da morte social que, de outra forma, caracteriza sua situação. Ao descrever a juventude como um período de estagnação e de dilaceramento da existência social dos jovens em Bissau, Guiné-Bissau, fica claro como a guerra se torna uma área de possibilidades, em vez de um espaço apenas de morte. Assim, o conceito de navegação social nos oferece insights penetrantes sobre a interação entre as estruturas objetivas e a iniciativa subjetiva. Essa perspectiva analítica nos permite entender as formas oportunistas, às vezes fatalistas e táticas, pelas quais os jovens lutam para expandir seus horizontes de possibilidades em um mundo de conflito, turbulência e recursos cada vez menores, e nos permite ver como o enfrentamento do conflito se torna uma questão de compensações entre a morte social e as chances de vida violenta.
Realidades sócio-culturais
Vol 3 No 5 (2020)
Mulheres adolescentes que cometem crimes violentos no México
- Elena Azaola
Palavras-chave: adolescentes, delinquência, mulheres, violência, vulnerabilidade.
[Este artigo tem como objetivo refletir sobre as características específicas dos crimes violentos envolvendo meninas adolescentes no México. Ele se baseia em um estudo que envolveu a realização de 730 entrevistas com adolescentes do sexo masculino e feminino privados de liberdade em 17 estados mexicanos. A pergunta que motivou esse estudo foi: existe alguma relação entre as condições de vulnerabilidade que os adolescentes vivenciaram na primeira infância (Experiências Adversas na Infância) e os crimes violentos que cometeram? Neste artigo, citamos os depoimentos de nove mulheres adolescentes que nos permitem analisar os traços que distinguem os comportamentos violentos nos quais elas se envolvem.
Colóquios interdisciplinares
Vol 2 No 4 (2019)
Desigualdades e a re-politização do social na América Latina
- Juan Pablo Pérez Sáinz
A questão social na América Latina foi despolitizada desde a década de 1980, com base na concepção de privação imposta pelas abordagens predominantes da pobreza. Embora posteriormente, devido à importância adquirida pelo problema da desigualdade, a questão do poder não pudesse ser ignorada, foi imposta uma visão que limitou a compreensão do conflito. Neste texto, e com base em uma proposta alternativa para abordar as desigualdades, em que o poder e o conflito ganham destaque, o objetivo é repolitizar o social. Nesse sentido, dois conjuntos de questões são abordados. A primeira tem a ver com a dinâmica de profundo desempoderamento gerada pelo novo modelo de acumulação globalizada, que sustenta a ordem (neo)liberal, e que levou uma parte não negligenciável dos setores subalternos a ser encurralada em uma situação de marginalização social. A segunda é que, apesar disso, há respostas desses setores para resistir a esse desempoderamento e até mesmo revertê-lo parcialmente. Entre essas respostas, foram destacadas a violência, a migração, a religiosidade e a ação coletiva. Conclui-se com reflexões sobre a relevância de pensar sobre as desigualdades a partir dessa perspectiva, a fim de ver como o social, com a ordem (neo)liberal, foi repolitizado de forma ampla e profunda.
Realidades sócio-culturais
Vol 2 No 4 (2019)
A quem os narcotraficantes perguntam? Emancipação e Justiça na Narcocultura do México
- José Carlos G. Aguiar
Desde a década de 1990, a narcocultura no México tem sido estudada como o repertório simbólico da "aldeia criminosa" que retrata a vida cotidiana dos narcotraficantes. Suas expressões são entendidas como um registro confiável da vida dos traficantes, com uma estética transgressora que apresenta o excesso e a ostentação como formas de dominação. Este artigo examina as formas de proteção espiritual entre os traficantes de drogas a fim de discutir a narcocultura. O material etnográfico foi coletado entre 2014 e 2017 nos estados de Hidalgo e Michoacán, por meio de observação participante e entrevistas em profundidade. A proteção de santos populares, como Santa Muerte, El Angelito Negro e San Nazario, nos permite entender como a narcocultura é um recurso para a emancipação social, legitimando as definições de justiça e soberania do crime organizado.
Temáticas
Vol 2 No 3 (2019)
Fugindo da violência: as vítimas ocultas da guerra no México: o caso do deslocamento interno forçado
- Brenda Perez
- Montserrat Castillo
Palavras-chave: direitos humanos, deslocamento interno forçado, guerra às drogas, reconhecimento, violência.
Do contexto da violência e da crise de direitos humanos no México, foram lançadas as bases para uma nova onda de deslocamento interno forçado no país, deixando milhares de famílias mexicanas em situação de extrema vulnerabilidade e completo abandono. Diante disso, o Estado mexicano tem relutado em reconhecer o problema e, como resultado, não tem tomado as medidas adequadas para melhorar a qualidade de vida dessa população, impossibilitando-a de exercer efetivamente seus direitos humanos. O texto a seguir apresenta a abordagem do problema no México a partir da experiência da Comissão Mexicana de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos (CMDPDDH), uma organização da sociedade civil que trabalha com pesquisa, análise, visibilidade, defesa e acompanhamento integral das vítimas do fenômeno.
Temáticas
Vol 1 No 2 (2018)
Imagens do corpo da gangue. Representações de identidade em um diálogo colaborativo
- Rogelio Marcial
Etexto apresenta as condições gerais e alguns dos achados de três investigações com gangues violentas na área metropolitana de Guadalajara, realizadas entre 2013 e 2016, com o objetivo de contextualizar as representações identitárias do corpo da gangue por jovens pertencentes a esses grupos de esquina. Com base em um diálogo colaborativo, realizado por meio de entrevistas em grupo e da construção conjunta das ideias centrais aqui apresentadas, destacamos questões relacionadas à masculinidade, emblemas de poder, aparência física e lealdade à gangue, bem como os acordos a que chegamos na construção conjunta de suas concepções do corpo e seu uso na gangue. Considera-se que, embora isso represente perigo e agressão constantes, seus corpos devem sempre enunciar claramente o pertencimento a um grupo e uma afiliação cultural, a força para confrontos físicos diretos, o potencial para proteger os seus e a demonstração de que são homens acima de tudo.
Discrepancias
Vol 1 No 1 (2018)
Discrepâncias em torno da Lei de Segurança Interna
- Alejandro Madrazo Lajous
- Julia Estela Monárrez Fragoso
- Salvador Maldonado
- moderador Manuela Camus Bergareche
Em dezembro de 2006, o presidente mexicano Felipe Calderón declarou uma "guerra às drogas" e levou o exército às ruas para enfrentar grupos criminosos. Essa tarefa de segurança pública não corresponde especificamente às funções das forças armadas e, entre outras consequências, levou a um aumento desproporcional de homicídios e desaparecimentos no país. Apesar disso, foi apresentada a Lei de Segurança Interna, que institucionaliza esse processo de militarização e justifica, regulamenta e legaliza o papel das forças armadas na luta contra o crime organizado. Muitas questões surgem nesse contexto e esperamos que os convidados desta seção de Discrepâncias contribuam para animar o debate, talvez para esclarecê-lo.