Artigos sobre "México"
Realidades sócio-culturais
Vol 2 No 4 (2019)
A quem os narcotraficantes perguntam? Emancipação e Justiça na Narcocultura do México
- José Carlos G. Aguiar
Desde a década de 1990, a narcocultura no México tem sido estudada como o repertório simbólico da "aldeia criminosa" que retrata a vida cotidiana dos narcotraficantes. Suas expressões são entendidas como um registro confiável da vida dos traficantes, com uma estética transgressora que apresenta o excesso e a ostentação como formas de dominação. Este artigo examina as formas de proteção espiritual entre os traficantes de drogas a fim de discutir a narcocultura. O material etnográfico foi coletado entre 2014 e 2017 nos estados de Hidalgo e Michoacán, por meio de observação participante e entrevistas em profundidade. A proteção de santos populares, como Santa Muerte, El Angelito Negro e San Nazario, nos permite entender como a narcocultura é um recurso para a emancipação social, legitimando as definições de justiça e soberania do crime organizado.
Entrevistas
Vol 2 No 4 (2019)
Conversas a três vozes sobre feminismo comunitário em Guerrero
Entrevista com - Tranquilina Morales e María del Carmen Mejía
- Lina Rosa Berrio
Palavras-chave: feminismo, feminismo comunitário, Guerrero, Me'phaa, México, mulheres indígenas.
A A seguir, trechos desse diálogo entre duas mulheres Me'phaa, feministas comunitárias das montanhas de Guerrero, e uma antropóloga feminista interessada em entender melhor essa proposta. Não se trata de "porta-vozes" ou de uma posição "oficial" sobre o que é o feminismo comunitário, mas do que essa abordagem significa para elas em suas vidas e como se relaciona com sua própria identidade.
Realidades sócio-culturais
Vol 1 No 1 (2018)
A estética das religiões afro-cubanas na refração de cenários transatlânticos
- Nahayeilli Juárez Huet
Este artigo mostra como a estética das religiões afro-americanas, em particular a dança e a música da Santeria afro-cubana, está inserida como parte de um repertório gestual, musical e corporal "negro" que vem sendo construído em interconexões transatlânticas desde pelo menos o século XIX. Argumento que, nesse vai-e-vem, os cenários das representações desse repertório tornam-se uma plataforma que assume um caráter "refrativo" (Grau, 2005), ou seja, eles decompõem uma ideia do "negro" em múltiplos referentes simbólicos e interpretativos que podem até ser opostos.
Discrepancias
Vol 1 No 1 (2018)
Discrepâncias em torno da Lei de Segurança Interna
- Alejandro Madrazo Lajous
- Julia Estela Monárrez Fragoso
- Salvador Maldonado
- moderador Manuela Camus Bergareche
Em dezembro de 2006, o presidente mexicano Felipe Calderón declarou uma "guerra às drogas" e levou o exército às ruas para enfrentar grupos criminosos. Essa tarefa de segurança pública não corresponde especificamente às funções das forças armadas e, entre outras consequências, levou a um aumento desproporcional de homicídios e desaparecimentos no país. Apesar disso, foi apresentada a Lei de Segurança Interna, que institucionaliza esse processo de militarização e justifica, regulamenta e legaliza o papel das forças armadas na luta contra o crime organizado. Muitas questões surgem nesse contexto e esperamos que os convidados desta seção de Discrepâncias contribuam para animar o debate, talvez para esclarecê-lo.