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Artigos sobre "México"
Realidades sócio-culturais
Vol 7 No 13 (2024)
A busca. Seguindo rastros metafóricos em uma margem urbana.
- Isaac Vargas
O ex-presidente mexicano Felipe Calderón lançou a guerra contra as drogas em 2006 como uma estratégia para desmantelar as vastas redes de tráfico de drogas. Essa guerra custou a vida de milhares de pessoas, muitas das quais estão enterradas em valas comuns. Ao se concentrar em um único dia de busca de corpos, esta etnografia descreve e analisa um dos efeitos colaterais brutais dessa estratégia de segurança. Um dos principais tópicos são as diferentes maneiras pelas quais os atores reivindicam os direitos dos corpos sem vida nessas valas, desde as mães que cavam a terra para encontrar tesouros até o aparato estatal que tenta controlar o processo.
Entrevistas
Vol 7 No 13 (2024)
Os horizontes da universalidade: a pesquisa e a perspectiva de Serge Gruzinski
Entrevista com
- Arturo Reynoso
- Serge Gruzinski
Quais são os benefícios que a globalização acabou oferecendo a uma parte do mundo e a outra? Quais são os riscos da interação de diferentes sociedades? Como podemos entender ao longo do tempo as diferentes "colonizações" na história, não apenas no Novo Mundo, mas também em outras partes do mundo? Uma entrevista completa com um dos maiores especialistas no processo de globalização e na história do México.
Realidades sócio-culturais
Vol 6 No 12 (2023)
Normalizando a revolução. Experiências políticas e educacionais na Universidade-Povo de Guerrero.
- Ana Lilia Nieto
- Rafael Alarcón Medina
Palavras-chave: espaço comum de experiência, Guerrero, México, normalistas, Universidad Pueblo.
Este artigo analisa o projeto Universidade-Povo no estado de Guerrero como um espaço comum de experiência articulado por ideias políticas e práticas educacionais durante a década de 1970. De especial relevância foi a participação de professores normalistas que compartilhavam os objetivos de transformação social apoiados pela universidade. Seguindo as ideias de Walter Benjamin e Reinhart Koselleck, sugerimos que diversas camadas de experiências históricas encontraram nos professores normalistas um catalisador para explodir o tempo presente, dando origem a um dos experimentos mais contraditórios na educação superior popular no México no século XX. A pesquisa se baseia em entrevistas em profundidade realizadas em 2018-2019 em Acapulco e Chilpancingo, Guerrero.
Realidades sócio-culturais
Vol 6 No 11 (2023)
"Eles estão pulverizando o coronavírus". Sobre os rumores de conspiração nas redes sociais e seus usos políticos no México.
- Aldo Cicardi González
- Margarita Zires
Neste artigo analisamos um boato que conta como as medidas de sanitização do governo contra o coronavírus foram, ao contrário, estratégias para infectar a população com o vírus e eliminá-lo. Este boato circulou em diferentes regiões do México, gerando múltiplos protestos coletivos. Longe da visão que condena rumores e narrativas conspiratórias como falsos, neste estudo entendemos que estes fenômenos nos permitem entender o que é considerado plausível e implausível em um determinado contexto. Portanto, apresentamos as versões que circularam em San Antonio de la Cal, Oaxaca, assim como os elementos narrativos que conferem plausibilidade e implausibilidade. O estudo se baseia principalmente na análise das conversas geradas no Facebook e entrevistas pessoais; mostra que o rumor estava ligado a narrativas conspiratórias e histórias locais que falam da desconfiança das autoridades. Ele também analisa seu uso político por grupos que se opõem às autoridades.
Discrepancias
Vol 4 No 8 (2021)
A pandemia. Ano 2: experiências diferenciadas, dilemas compartilhados e múltiplas reflexões da antropologia médica sobre a COVID 19
- Mark Nichter
- Rosa Maria Osorio
- Sahra Gibbon
- moderador Lina Rosa Berrio
- moderador Paola Maria Sesia
Convidamos três especialistas do campo da antropologia médica para refletir sobre suas respectivas experiências e conhecimentos sobre o México, a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a Índia, todos profundamente afetados pela pandemia, embora de maneiras muito diferentes, e cuja forma de lidar com a pandemia foi orientada em diferentes direções. Isso nos permite contrastar a diversidade das respostas oficiais à crise econômica e de saúde.
Temáticas
Vol 4 No 8 (2021)
Construção do amor romântico, ideais de casal e relações de gênero a partir das letras da música nortenha e da Banda Sinaloense.
- Ana Isabel Sánchez Osuna
- César Jesús Burgos Dávila
- Mariangel Estefanía Urrecha Arce
A música popular constrói narrativas culturais sobre o amor romântico, torna visíveis os significados de ser homem e mulher e as práticas relacionadas à violência de gênero. Neste artigo, analisamos a construção do amor romântico, bem como os ideais de casal nas letras das músicas de Sinaloa norteña e banda. Realizamos uma análise de conteúdo temático de 29 baladas românticas. Apresentamos os resultados nas categorias de busca de um parceiro, convivência diária, erotismo e separação do casal. Concluímos que os mitos e as crenças sobre o amor romântico são disseminados nas letras das músicas. Esses significados recriam papéis e interações estabelecidos por mandatos de gênero e cristalizam condições de violência e desigualdade entre homens e mulheres.
Colóquios interdisciplinares
Vol 3 No 6 (2020)
Populismo e religião no Brasil e no México. Uma breve reflexão
- Alberto Javier Olvera Rivera
Palavras-chave: Brasil, México, pentecostalismo, populismo, pessoas.
Srelação entre populismo, religião e política é analisada, tanto em nível teórico quanto nos casos do Brasil e do México. A análise começa com uma crítica ao artigo de Joanildo Burity sobre "o povo pentecostal" no Brasil e a relevância de usar a teoria do populismo de Laclau para explicar esse fenômeno. Em seguida, os mesmos argumentos são usados para analisar, por meio de contraste, o populismo mexicano contemporâneo, encarnado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, destacando sua origem religiosa.
Colóquios interdisciplinares
Vol 3 No 6 (2020)
Evangélicos e poder político no México: reconfigurando alianças e antagonismos
- Cecilia Delgado-Molina
Palavras-chave: evangélicos e política, feminismo, México, populismo.
Ror causa das condições históricas que o configuram, neste texto abordo a emergência do sujeito político evangélico no México com base na proposta analítica de Joanildo Burity em seu artigo "El pueblo evangélico: construcción hegemónica, disputas minoritarias y reacción conservadora". Utilizando sua abordagem do momento populista, argumento que esse surgimento só adquire seu pleno significado nas interações com o campo político e em relação ao estado de suas relações, e reflito sobre a articulação de evangélicos e política diante do feminismo como antagonista.
Realidades sócio-culturais
Vol 2 No 4 (2019)
A quem os narcotraficantes perguntam? Emancipação e Justiça na Narcocultura do México
- José Carlos G. Aguiar
Desde a década de 1990, a narcocultura no México tem sido estudada como o repertório simbólico da "aldeia criminosa" que retrata a vida cotidiana dos narcotraficantes. Suas expressões são entendidas como um registro confiável da vida dos traficantes, com uma estética transgressora que apresenta o excesso e a ostentação como formas de dominação. Este artigo examina as formas de proteção espiritual entre os traficantes de drogas a fim de discutir a narcocultura. O material etnográfico foi coletado entre 2014 e 2017 nos estados de Hidalgo e Michoacán, por meio de observação participante e entrevistas em profundidade. A proteção de santos populares, como Santa Muerte, El Angelito Negro e San Nazario, nos permite entender como a narcocultura é um recurso para a emancipação social, legitimando as definições de justiça e soberania do crime organizado.