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Artigos sobre "materialidade"
Encartes Multimídia
Vol 4 No 8 (2021)
"Altars tacheros": mini-etnografias aleatórias da vida cotidiana (religiosa)
- Alejandro Frigerio
A obra mostra e analisa as montagens de símbolos e imagens mágico-religiosas que muitos motoristas de táxi1 da cidade de Buenos Aires penduram nos espelhos de seus carros ou prendem em seus para-sóis. Ele usa a palavra "altares" com cautela para tornar visíveis esses traços minimalistas da vida religiosa cotidiana dos portenhos, objetos que, ao mesmo tempo, oferecem proteção contra os perigos do tráfego diário nas ruas e testemunham relacionamentos com seres sobre-humanos específicos. Esses conjuntos heterogêneos incluem santos e virgens, santos populares e símbolos orientais e/ou esotéricos - testemunhando a rica diversidade mágico-religiosa da cidade - bem como fotos e lembranças de indivíduos e coletivos sociais com alto grau de sacralidade (filhos, parentes, clubes de futebol). Esses "altares" são evidências de viagens religiosas e familiares singulares, mas também de interações casuais com passageiros e evidências de padrões mais gerais e pouco reconhecidos de como os portenhos se relacionam com seres sobre-humanos.
Encartes Multimídia
Vol 3 No 5 (2020)
Altares que vemos, significados que não conhecemos: sustentação material da religiosidade vivida
- Anel Victoria Salas
- Renée de la Torre Castellanos
Palavras-chave: altares, catolicismo popular, estética, imagens religiosas, materialidade, religiosidade vivida.
Este trabalho consiste em um ensaio fotográfico sobre altares domésticos, acompanhado de narrativas de seus proprietários, e tem como objetivo abordar a religiosidade católica praticada cotidianamente em espaços não eclesiásticos. O trabalho etnográfico (baseado em registros fotográficos e entrevistas) concentra-se na materialidade dos altares (que tornam as crenças visíveis) e nas narrativas que explicam os significados simbólicos, as apropriações e os usos das imagens católicas na vida cotidiana dos fiéis. Abordamos três cenários nos quais os altares são montados e praticados: domésticos (geralmente são privados e individuais e se encontram dentro dos lares); semiprivados (em locais de trabalho, como escritórios, bancas de mercado, cantinas e oficinas), que, embora sejam cuidados por uma pessoa, não são de uso exclusivo, ficam expostos e, às vezes, são motivo de práticas dos que frequentam aquele local; e públicos (de rua ou de bairro), que são colocados em espaços abertos (em uma calçada, praça ou esquina) e ativam práticas coletivas e são até mesmo salvaguardados por uma comunidade. Consideramos que essa é uma nova proposta metodológica para abordar a compreensão das experiências religiosas e suas lógicas não eclesiásticas.