Luis Reygadas é professor do Departamento de Antropologia da Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Iztapalapa; seus interesses de pesquisa são a antropologia do trabalho, o capitalismo contemporâneo e a desigualdade na América Latina. Suas publicações incluem Apropriação, desfazendo as teias da desigualdade (Anthropos, 2008), Montagem de culturas. Diversidade e conflito na globalização da indústria. (Gedisa, 2002), Economias alternativas. Utopias, desencantos e processos emergentes. (Juan Pablos, 2014, co-editor) e Antropólogos do milênio. Desigualdade, precariedade e diversidade nas condições de trabalho em antropologia no México. (2019, no prelo). Juntamente com Paul Gootenberg, ele editou o livro Desigualdades indeléveis na América Latina. Lições de história, política e cultura (Duke University Press, 2010).

Colóquios interdisciplinares

Comentário ao colóquio "Desigualdades e a re-politização das questões sociais na América Latina" por
  • Juan Pablo Pérez Sáinz
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A desigualdade é sempre política

  • Luis Reygadas

Palavras-chave: ação social, desigualdade social, distribuição, poder, política, redistribuição.

EEm sua reflexão sobre a proposta de Juan Pablo Pérez Sáinz a respeito das consequências e respostas dos grupos subalternos à desigualdade - que ele explora na migração, na violência, na religiosidade e na ação coletiva -, ele aprecia o fato de que ela coloca a discussão sobre a desigualdade social na América Latina novamente no centro. Reygadas propõe várias reflexões sobre a relação entre ações sociais e desigualdade. Ele ressalta que as disparidades sociais não são suficientes para explicar as respostas nas quais Pérez Sáinz se concentra. É necessário conceber que a reprodução das desigualdades persistentes ocorre em longo prazo, enquanto a ação social tem um impacto de curto prazo e, além disso, são necessárias transformações em outros elos dessa cadeia de reprodução. Por fim, ele qualifica a ênfase de Pérez Sáinz na distribuição dos mercados básicos (terra, trabalho e capital), pois, na perspectiva de Reygadas, o locus da desigualdade também se encontra na redistribuição, por meio de estruturas fiscais progressivas, na economia e na política, nos mercados, na sociedade e nas instituições públicas, bem como na distribuição material e nas configurações simbólicas.