Desde sua fundação, o projeto editorial Encartes tem a missão de promover pesquisas em diversos registros. A edição 16 marca oito anos de publicação e apresenta o dossiê "Imagem, memória e representação", com sete artigos do RIAV-CIESAS que exploram a relevância das imagens em configurações de memórias e imaginários identitários, desde a arte pictórica e arquivos fotográficos até tradições populares como o carnaval e a dança.

Esta edição da Encartes, agora indexada pela Scielo México, aborda a migração ao longo da rota Darién-Tapachula, mostrando as dificuldades enfrentadas pelos migrantes, as metodologias etnográficas na rota e as estratégias de sobrevivência. Também inclui artigos sobre teóricos da conspiração, práticas culturais indígenas e um debate sobre o conflito Israel-Palestina.

Os comunitarismos indígenas não são apenas vestígios do passado e da tradição. Deles emanam modelos para enfrentar o mundo contemporâneo, oferecendo alternativas de organização social que proporcionam comunitarismos, modelos autossustentáveis diante da crise ambiental gerada pelo extrativismo capitalista, projetos revolucionários e expressões artísticas e literárias de vanguarda.

A edição 13 da revista Encartes é dedicada a um dossiê cujo tema central são as paisagens sonoras. É fato que não há festival sem som e que a sonoridade sempre acompanha as tradições; no entanto, o que é novo é a atenção especial que essa sonoridade tem recebido na antropologia, bem como na sociologia e na geografia. Esse interesse não se limita a reconhecer seus efeitos emocionalmente experimentados, mas a prestar atenção à maneira como as produções culturais sensoriais são capazes de transformar um território. É exatamente disso que trata o conceito de paisagens sonoras.

Esperamos que a décima segunda edição da Encartes estimule reflexões críticas e fundamentadas sobre algumas das questões que são objeto de controvérsia acadêmica e que precisam ser abertas ao debate. Esperamos ansiosamente

A inclusão de imagens, vozes e sons não diminui o rigor acadêmico, nem enfraquece a voz crítica; pelo contrário, amplifica-a e dá-lhe tons que conduzem a ciência a usos e apropriações do pensamento sensorial. Nessa jornada de onze edições, conseguimos fazer com que esse projeto, que era visto como impensável, se tornasse realidade: a consolidação de uma forma alternativa de comunicar a ciência de uma maneira diferente.