Recepción: 10 de marzo de 2020
Aceptación: 1 de junio de 2020
Neste artigo, estamos interessados nos significados e valores atribuídos às roupas por mulheres que gostam de uma tendência que chamamos de desgaste. Para captar esses significados e valores, apresentamos explicações, narrativas e imagens, com base em um estudo exploratório realizado com mulheres revendedoras e consumidoras de roupas thrift em Monterrey. Com o apoio de imagens e narrativas, analisamos a interação e os vínculos emocionais que as vendedoras e as consumidoras têm com as roupas. Explicamos o relacionamento íntimo com as roupas e a expressão verbal e visual desse vínculo como parte dos esforços que o coletivo thrift faz para alcançar a autenticidade na estrutura da criação e do consumo de roupas.
Palavras-chave: autenticidade, criação de estilo, MODA PRÓSPERA, prosumer, vintage
a relação íntima com as roupas. o caso da moda econômica
Este artigo explora os significados e valores dados às roupas por mulheres que gostam de uma tendência que chamamos de brechó. Para captar esses significados e avaliações, apresentamos explicações, narrativas e imagens de um trabalho exploratório realizado com varejistas e compradores de roupas de brechó em Monterrey. Com o apoio de imagens e narrativas, analisamos a interação e os vínculos emocionais que os varejistas e compradores têm com as roupas. Explicamos a relação íntima com as roupas e a expressão verbal e visual desses vínculos, como parte do esforço que a comunidade de brechós faz para obter autenticidade na estrutura da criação e do consumo de roupas.
Palavras-chave: moda brechó, vintage, criação de estilo, autenticidade, prosumer.
Neste artigo, partimos do pressuposto de que as pessoas tendem a atribuir significados e valores a determinados tipos de objetos, e que esses significados e valores são expressos tanto no que as pessoas dizem sobre os objetos quanto na interação que têm com eles. A partir dessa premissa, argumentamos que, ao capturar a imagem de um objeto ou a narrativa sobre ele, abordamos sua avaliação como um ato pessoal, de modo que o objeto descrito e apresentado é o resultado dessa atribuição de valor e significado. Ao mesmo tempo, entendemos que os valores e significados atribuídos aos objetos são uma construção social, de modo que o valor e o significado dos objetos não são meramente uma questão social individual (Miller, 1987). A esse respeito, com Parsons, aceitamos que os valores atribuídos às posses são altamente personalizados e idiossincráticos (2005: 189), mas a criação e a manutenção de tais valores é um processo nitidamente social que tem a ver, no caso das mercadorias, com muitos aspectos diferentes, desde relacionamentos e histórias pessoais até as indústrias de publicidade, passando pelos pertences identitários.
Neste artigo, estamos interessados no valor personalizado e idiossincrático dado às roupas por varejistas e consumidores de roupas dentro da estrutura de uma tendência ou moda, principalmente entre mulheres jovens,1 que consiste na combinação de certos tipos de roupas novas e roupas de segunda mão (no caso das últimas, geralmente é o tipo vintage), bem como acessórios (pinos, adesivosbroches, broches, lenços, bolsas) e calçados. Referimo-nos à moda economia. Por meio desse caso, destacaremos o processo de criação de estilo derivado do relacionamento personalizado dos usuários com suas roupas. Argumentamos que aqueles que compartilham o estilo economia, Seja para marketing ou para vestuário, eles têm um relacionamento personalizado com muitas das peças, dando a elas significados e valores que são expressos em palavras e na maneira como interagem e são tratados.
O artigo não tem a pretensão de ser uma contribuição teórica para o campo de estudos da cultura material; no entanto, consideramos que, sobretudo devido às informações empíricas e ao caso peculiar da moda economiaEste trabalho é uma contribuição para o campo restrito de pesquisa no México sobre o consumo e a fabricação de roupas e moda.
A organização do artigo é a seguinte. Primeiro, apresentamos uma breve explicação do que é moda para nós. economiaA tendência é composta principalmente por uma combinação de roupas novas e usadas, cores brilhantes e opacas, tecidos brilhantes e escuros e vários acessórios. Ao definir essa tendência, nós a colocamos como parte de outras tendências tribais e destacamos seu caráter prosumerA segunda seção serve como uma estrutura conceitual, ou seja, sua relevância para a modificação dos objetos que são trocados entre os membros da coletividade. A segunda seção serve como uma estrutura conceitual. Aqui, apresentamos ideias que nos ajudam a entender a relação entre as pessoas e as vestimentas, uma relação que se manifesta por meio de rituais de posse e da concessão de valores e atitudes às vestimentas, como se fossem entidades vivas. Por fim, na terceira seção, apresentamos os depoimentos e as narrativas de mulheres revendedoras e consumidoras de roupas. economiaTambém apresentamos algumas imagens que mostram como os informantes tratam as roupas, sempre no sentido de rituais de posse. Também apresentamos algumas imagens que mostram como os informantes tratam as roupas, sempre no sentido de rituais de posse; e o resultado dos estilos e trajes A terceira seção está organizada em torno do tratamento das roupas como se fossem um ser vivo, dos rituais de posse e do sentido de "tesouro" adquirido por certas peças de vestuário. Mais especificamente, esta terceira seção é organizada em torno do tratamento das roupas como se fossem uma entidade viva, os rituais de posse e o sentido de "tesouro" que certas peças de vestuário adquirem.
Poupança é o nome que demos indutivamente à moda, à tendência e à identidade compartilhadas entre nossos informantes. Ela se baseia no uso de certos tipos de roupas e acessórios que eles mesmos comercializam, desenham, consomem e usam. O termo vem das reuniões, na forma de um mercado, que são eventualmente organizadas por aqueles que se identificam com essa moda.2
Em termos de organização social, a moda economia é organizado em torno de um sistema de compra e venda de roupas e acessórios, muitos dos quais são usados. Aqueles que vendem são, na verdade, revendedores e designers (ou criadores) de roupas, calçados e acessórios (principalmente pinos, adesivose óculos). Como revendedores, eles procuram itens como sapatos, joias, acessórios e roupas de segunda mão em mercados de pulgas ou lojas de atacado, ou recorrendo ao guarda-roupa pessoal de uma pessoa (geralmente de um membro da família). Os achados são combinados com outras peças de vestuário novas, que podem vir de lojas comerciais ou ser obtidas de distribuidores nacionais ou internacionais por meio de compras pela Internet. Em todos os casos, as peças procuradas correspondem ao estilo de cada criador ou revendedor, mas, em geral, obedecem à tendência. economiaCores brilhantes ou contrastantes, tecidos brilhantes e opacos, roupas folgadas e de gênero único, forte presença de estilos vintage. No processo, muitos revendedores criam um bazar ou uma marca que os identifica para os consumidores e, a cada semana, oferecem, por meio das redes sociais, as novas peças de vestuário que encontraram e os novos produtos que encontraram. trajes que eles criaram.
Além de vender por meio de redes sociais, alguns criadores conseguem se estabelecer em estabelecimentos comerciais aos quais dão o nome genérico de "mulheres".
O site de uma marca costuma ser chamado de bazar, embora, na verdade, os consumidores costumem se referir ao site de uma marca também como um bazar. Principalmente devido às vendas pela Internet, fotografar as roupas e os trajes é uma ferramenta fundamental para mostrar o estilo de cada marca e para as vendas, de modo que, como no setor da moda (Entwistle, 2002: 6), os fotógrafos e modelos também fazem parte da comunidade que identifica as tendências. economia.
Por outro lado, os consumidores também são buscadores, pois passam muito tempo localizando roupas e trajes nas redes sociais. Na realidade, tanto os varejistas quanto os consumidores fazem parte da comunidade da moda. economia. Ambos reivindicam o valor da autenticidade, identificam-se com um modo de se vestir, relacionam-se com roupas e acessórios de forma personalizada, elaboram argumentos opostos ou complementares com o moda rápida,3 e em um claro entrelaçamento com outras tendências que também são em sua maioria jovens, como a hipsterA campanha é um apelo ao consumo de produtos produzidos localmente.4 De fato, na maioria dos casos, os revendedores começaram como meros consumidores. Além disso, os vendedores e consumidores se conhecem e mantêm relações amigáveis.
É no contexto do que foi mencionado acima que a tendência de economia pode ser entendido como uma coletividade e uma identidade semelhante a uma tribo que se concretiza em certos desejos, preferências e inovações que, muitas vezes, são objetivados na troca e no uso de determinados itens.5
Esse modo de vida e as trocas materiais que ele implica ocorrem em lugares, eventos ou interações cujo significado não está no valor das coisas trocadas pelos "jogadores", mas na troca de valores do jogo (Cova, 2001). et al, 2007: 8). No caso da identidade economiaEsses locais são os bazares que vendem roupas. Eles podem ser encontrados virtualmente nas redes sociais, como Facebook ou Instagram, ou em estabelecimentos comerciais concentrados principalmente em um setor central da cidade.6 Esses locais, bem como os mercados economiaO bazar, organizado várias vezes ao ano, funciona tanto para vendas quanto como espaços de reunião (virtuais ou reais) que recriam o grupo (Canniford, 2011). No bazar, consumidores e revendedores discutem a "história" de uma peça de roupa, seu gosto por um determinado vestido ou trocam opiniões e, assim, cocriam combinações, estilos e trajes. Em geral, a interação entre comerciantes e consumidores se assemelha muito à lógica da "plataforma".7 (Canniford, 2011: 66), ou seja, uma operação em rede em que consumidores e produtores contribuem com diferentes recursos para venda e consumo, que são então reunidos no Facebook, bem como em uma rua, uma praia, um estacionamento, um parque ou o quintal de uma casa.8 Levando em conta todos os itens acima, é possível entender a tendência de economia como uma identidade e coletividade de tipo tribal no modo de prosumer (Ritzer e Jurgenson, 2010), ou seja, consumidores que produzem conteúdo de forma colaborativa e depois o vendem como bens ou serviços.
Essa "produção", que por sua vez afeta o consumo, representa a autenticidade à qual a tendência está apelando. economia. Nela, como em outras tendências com as quais está até certo ponto entrelaçada ou confundida (como a hipster), o consumo é muito importante, mas o mais importante é como ele é consumido e como aquilo que é consumido é produzido (Michael, 2015). E o fato é que, nesse tipo de tendência (tribal, prosumer), a autenticidade se refere à sinceridade, à veracidade, à originalidade e à ideia de sentir e ser real para si mesmo e para os outros (Veenstra e Kuipers, 2013: 357). Essa autenticidade é sempre uma negociação resultante da tensão entre a produção em massa e o consumo individualista. Dentro dessa tensão, os consumidores definem algo como autêntico quando percebem que é real, genuíno, verdadeiro e, acima de tudo, quando não tem uma intenção comercial. Aqui, em vez do intermediário, do comerciante ou do cliente, a autenticidade envolve principalmente o "conhecedor" (DeLong et al., 2005:27). Ele classifica, discrimina e aprecia as diferenças e, embora muitas vezes seja o produtor de objetos autênticos, ele também pode ser o consumidor ou o vendedor desses objetos. A separação ambígua entre vendedores e clientes na moda economia é uma expressão do que foi dito acima. Embora tenha sido criado para vender, e embora o consumo seja uma parte central da identidade economiaQuando é vendido e consumido, o que está sendo feito, na verdade, é reproduzir um pertencimento, uma identidade.
As informações apresentadas neste artigo são derivadas de um trabalho de campo exploratório realizado entre vendedores e proprietários de bazares de roupas. economia. Um total de dez informantes foram entrevistados. Alguns deles foram contatados por meio dos sites de seus bazares, outros foram abordados diretamente em suas lojas e alguns já eram conhecidos por meio de amizades. A idade média dos entrevistados é de 27 anos. A maioria deles tem estudos universitários ou está em processo de conclusão, principalmente em carreiras relacionadas a design de moda, design gráfico, artes, arquitetura ou em áreas de ciências sociais e humanas. Aqueles que já se formaram na universidade abriram seu bazar enquanto estudavam, sendo uma atividade que, em alguns casos, é complementada por outras atividades, como emprego em uma empresa ou em outra atividade informal, enquanto em outros é a única atividade que gera renda, muitas vezes combinada com a de outros membros da família.
As informações também são derivadas do acompanhamento das sessões fotográficas que os informantes realizam para promover as peças de vestuário. Essas sessões também foram usadas como espaços para a coleta de narrativas e explicações sobre as roupas e a relação que eles têm com elas. O diário de campo foi usado para essa finalidade. Além disso, foi acompanhado o caso de dois consumidores com vasta experiência na compra de roupas e acessórios. economia. Eles nos mostraram seus guarda-roupas e colocaram suas roupas em lugares especiais para que pudéssemos fotografá-las. Ao mesmo tempo, explicaram-nos por que apreciam essas roupas, como as encontraram ou qual foi o processo de modificação que seguiram para alcançar o estilo que estavam procurando.
Neste artigo, partimos de uma perspectiva de cultura material, na qual assumimos que o significado dos objetos é uma construção social (Miller, 1987) no sentido de que o objeto, como material, pode aparecer para o possuidor ou identificador como o resultado de uma rede de significados, relacionamentos e experiências (Csikszenthmihalyi e Rochberg-Halton, 1992: 16). A partir da cultura material, partimos do pressuposto de que a materialidade do objeto serve como um recipiente de significados e identidade pessoal ou coletiva (Parsons, 2005: 190), independentemente de estar em seu estado de posse ou como mercadoria (Appadurai, 1991). Ao mesmo tempo, consideramos que o significado do objeto não está separado de sua materialidade, como se fosse um mero fetiche, mas sim que o tipo de material, a textura, as cores e a sensação resultante ao toque, por exemplo, são parte integrante do que o objeto é aos olhos dos indivíduos. Nesse sentido, a relação que nossos sujeitos de estudo estabelecem com suas posses desafia a suposta separação entre "indivíduo" e "posses" que está na base da ideia de fetichismo de mercadorias. As roupas economia ela não pode ser ou significar o que é e significa para o coletivo economia sem sua materialidade objetivada em tipos de tecidos, cores e combinações.9
O processo de dar significado a um objeto pode ocorrer de muitas maneiras diferentes, mas como grande parte das roupas é economia No caso de um objeto de reutilização (assim como muitos calçados e acessórios), é de especial interesse o que McCracken (1986: 79) define como rituais de posse, ou seja, as práticas relacionadas ao cuidado, ao arranjo, à comparação, à exibição e até mesmo à captura de fotografias dos objetos. Por meio de todas essas práticas,10 os vendedores de roupas economia aparecem como os principais atores em um processo de criação de valor, significado e estilo (Parsons, 2005: 189), o que resulta no objeto apresentado, exibido, descrito ou representado (usado, vestido, fotografado) como parte de um estilo igualmente criado e apresentado na forma de uma marca (o estilo de um bazar de roupas, por exemplo). economia). Os consumidores também estão envolvidos nesse processo de criação quando procuram, encontram, fazem e exibem (vestem, tiram fotos) as peças de vestuário que encontraram (especialmente no sentido de descoberta).
Varejistas e consumidores, por meio de rituais de posse, participam coletivamente da criação de valor, significado e estilo em torno das roupas. economia. Nesse sentido, o gosto e a experiência desempenham um papel importante na detecção e confecção de roupas em termos coerentes com o estilo pessoal. Assim, para revendedores e consumidores, por exemplo, a busca por roupas em mercados de pulgas ou lojas estabelecidas é complementada pela exploração de sites da Internet, onde é possível acompanhar as propostas originárias de várias partes do mundo. Ao realizar essas buscas reais ou virtuais, a estética pessoal está em prática, especialmente no sentido em que Reiley e DeLong (2011: 79) a concebem, ou seja, o da coexistência de muitos estilos diferentes que são escolhidos individualmente. Ao buscar e escolher, a pessoa já está projetando, e o bom design consiste principalmente, como diz DeLong, em et al(2005: 24) e Palmer e Clark (2005) em relação à moda. vintageem ajudar os indivíduos a construir sua própria identidade pessoal. No final das contas, atribuir valores e significados às roupas, bem como desenvolver um estilo, é criar alternativas (Reiley e DeLong, 2011: 64) para expressar a individualidade; e a prática de criar é, por sua vez, um ato emocional social e individual que não responde à necessidade de cobrir o corpo, mas ao desejo de exibição por meio do corpo (Catalani e Chung, 2015: 3). Quando uma peça de roupa é exibida, ela recebe características, valores ou significados,11 estamos expressando nossa individualidade (embora dentro da estrutura de nossas relações sociais), daí o caráter personalista da descrição, da narração e da exibição de roupas.
O processo de elaboração dos rituais de posse e a criação do estilo podem ser documentados por meio de imagens, mas também podem ser recuperados por meio das narrativas que os atores fazem sobre as roupas. Por meio de narrativas ou descrições, ele pode ser retratado, no sentido de retratos etnográficos (Abélès, 2011),12 a maneira como as peças de vestuário são investidas de significado (Boticello, 2012; Hansen, 2000; Appadurai, 1991) por meio de atos de "intimidade" e "compromisso" com o objeto, que muitas vezes são expressos, como será visto abaixo, por meio de termos que aludem a relacionamentos personalizados (Parsons, 2005: 190-191). De acordo com Boticello (2012), esses significados, intimidade e compromissos não são apenas o resultado da implementação de categorias estabelecidas além dos próprios sujeitos (como as propostas ou impostas pela indústria da moda ou da publicidade), mas eles até mesmo as subvertem ao usar suas próprias categorias com base em sua experiência, ou seja, as pessoas usam seu próprio sistema de discernimento, que muitas vezes compartilham com outras pessoas com as quais se identificam. Com base nisso, elas julgam as qualidades de uma peça de roupa e atribuem categorias a ela (bonita, feia, boa, ruim, aceitável, boa, inadequada). O uso dessas categorias ocorre no momento do "encontro" físico, tátil e até mesmo "sensual" com materiais têxteis (incluindo texturas e até mesmo cheiros), cores e formas. Nesse "encontro", ocorrem "negociações subjetivas e concretas" entre a pessoa, a peça de roupa, o local onde se encontram (um bazar, um butiqueOs aspectos mais importantes do projeto são, por exemplo, a moda ou a identidade individual ou coletiva.
Levando em conta o que foi dito acima, podemos dizer que, quando descrita ou capturada em uma imagem, a roupa é, tem, e até mesmo faz, como se não fosse mais um objeto, mas uma entidade viva (Appadurai, 1991). As roupas passam a ter uma retórica, seja ela literal ou visual, e com ela uma conotação que pode ser assimilada, como diria Barthes (1989: 19), a um estilo. Por meio das imagens que fazemos das roupas, da maneira como as tratamos (rituais de posse) ou da maneira como as usamos, estamos dialogando com elas, mas também com os outros.
Esta seção está dividida em três subseções que usamos para apresentar três aspectos principais da descrição e da relação emocional com as roupas. Assim, em uma primeira subseção, destacamos os termos que parecem atribuir à roupa uma existência como se fosse um ser vivo. Em seguida, enfocamos a interação com as roupas por meio do que podem ser rituais de posse. Por fim, destacamos o aspecto de autenticidade atribuído à roupa, na medida em que ela é considerada um tesouro ou um objeto precioso a ser perseguido até ser encontrado e possuído.
Por meio dessa blusa, Tania (20 anos) nos ensina que as roupas são "muito amadas" a tal ponto que, quando "vão embora", podem "parecer feias". Ela também explica que essa blusa pode representar o entendimento entre duas pessoas que talvez não tenham um bom relacionamento, mas que encontram na roupa uma ponte comunicativa que talvez seja impossível de ser construída por meio de palavras.
Tania saiu de um rack essa blusa que, ao contrário de outras que ela havia nos mostrado anteriormente, parecia muito mais simples. Achamos estranho que, depois de pedir a ela que escolhesse uma peça de roupa sobre a qual quisesse falar e nos dissesse por que ela chamou sua atenção, ela tenha escolhido essa blusa e não outra peça com cores ou corte no estilo que ela disse preferir: "chamativo".
Gosto muito dessa peça de roupa porque meu pai a deu para mim. Eu quase nunca o vejo e não temos um bom relacionamento, mas essa foi uma das primeiras peças de roupa que usei ou usei. vintage. Ele me deu quando eu era mais jovem, tinha cerca de 16 anos, e a verdade é que eu o usava muito, eu o usava muito. Gostei muito do fato de que, quando ele me deu, senti que ele entendia mais ou menos que tipo de coisas ou roupas eu gostava. Para dizer a verdade, limpei meu guarda-roupa várias vezes e não o tirei de lá, mesmo quando parei de usá-lo muito, não foi fácil me livrar dele. Mesmo agora que ele está no rackÀs vezes eu o vejo e me lembro do meu pai, mas acho que é bom que outra pessoa possa usá-lo tanto quanto eu o usei ou mais. Quanto ao que mais gostei, acho que o tecido é macio e fresco, mas também não dá frio, parece uma mistura de jeans e algodão, e também gosto que os botões sejam de clipe.
Quando a sessão de fotos com as roupas de Tania terminou, ela pendurou a blusa no rackE, ao fazer isso, ela disse novamente: "Se eu me sentir mal ao vê-la, vou me sentir mal quando a levarem embora".
Pedimos então que Tania escolhesse outra peça de roupa e, dessa vez, ela nos mostrou um vestido que corresponde ao seu gosto "chamativo". Em relação a esse vestido com flores bordadas e estampadas e uma cauda estilo "sereia", Tania sente "dor no coração" por tê-lo colocado à venda e, assim como a blusa, o vestido é algo que não está à venda, ele vai embora, como se estivesse tomando decisões; portanto, o vestido também é "sortudo".
Este é um dos meus favoritos, encontrei-o em McAllen (Texas). Esse dia foi muito especial porque encontrei muitos vestidos dos anos 70... quando encontrei esse lote de vestidos, eram cerca de dez, foi difícil me desfazer deles, eu gostava muito de todos, mas tive que colocá-los à venda. Esse vestido específico era o meu favorito e, na minha opinião, o mais bonito. Na verdade, eu o usei algumas vezes antes de colocá-lo à venda.
Depois de usá-lo, foi com o coração pesado que o coloquei de volta no mercado. Achei que ele seria vendido rapidamente, mas acho que ainda não apareceu a pessoa certa. Eu até já o coloquei à venda, originalmente a $500 e agora a $300.
Mencionei anteriormente que as roupas de que mais gosto não são tão sortudas, e as pessoas pedem muito por elas, mas finalmente não as levam, acho que é porque elas têm medo, muitas vezes a peça é muito bonita, mas muito chamativa ou parece muito velha, acho que elas deveriam dar uma chance ao que gostam, independentemente do que dizem.
O que eu mais gosto nessa peça é que ela parece jeans, como um vestido jeans, mas ao mesmo tempo tem pequenas flores, é estranho, eu realmente gosto do corte sereia e dos babados no final.
Homem (28 anos), em relação a um vestido azul de algodão e poliéster, com flores rosas e azuis, botões dourados e uma pérola no meio, nos disse o seguinte:
é uma das peças de roupa que mais uso, quando se usa roupas vintage é muito ligado às roupas, é diferente quando você vai comprar em uma loja e há muitas blusas do mesmo tipo; com roupas vintage É como se a peça de roupa tivesse vida própria, uma história para contar, e você cria um vínculo com ela, porque é uma aventura, a partir do momento em que a encontra, você fica tão empolgado, depois planeja como usá-la, como consertá-la, fica empolgado com o fato de ter comprado algo tão bom por um preço tão baixo etc., que é difícil se desfazer dela, você também a lava e cuida dela de forma diferente das outras peças de roupa, porque você só tem uma chance com aquela peça, se queimá-la ou danificá-la, não haverá outra.
Assim, Male, além de atribuir um tipo de existência ao vestido, em vez de tratá-lo de uma determinada maneira, dá-lhe cuidado, como se fosse um ser dependente. Pela mesma razão, reconhece-se nele uma autenticidade, pois como essa vestimenta "não há outra". O cuidado, entendido como rituais de posse, assume a forma de modificar ou fazer roupas, mas também de modelá-las. Isso será discutido na próxima subseção.
Para proprietários de bazares ou lojas economia é muito importante mostrar suas roupas por meio de fotos que eles publicam em suas redes sociais. Essas fotos podem ser de peças de vestuário individuais ou trajes Eles as colocam em uma mesa ou as penduram em algum acessório, mas o melhor a fazer é modelar as roupas. Para isso, eles usam modelos que podem ou não ser profissionais, mas que são principalmente clientes ou amigos que compartilham o gosto do dono do bazar por roupas. economia. Enquanto modelavam as roupas em seu bazar, Liliana nos contou o que via naquelas peças, principalmente em um par de saias. Ao fazer isso, ela parecia estar apreciando o fato de que ambas as saias haviam sido modificadas e, portanto, tratadas como um ritual de posse. Ao mesmo tempo, podemos ver que Liliana, em vez de ser uma varejista, é uma criadora de estilo, que já está em sua mente desde o momento em que ela seleciona as roupas e depois é cristalizado no roupa apresentado pelo modelo.
Sempre gostei de saias xadrez, acho que é uma peça que nunca sai de moda e é fácil de conseguir; você também pode usá-la em muitas ocasiões, de dia, à noite, formal ou informal. Eu tenho uma muito parecida com essa, e você realmente não tem ideia de quantas pessoas me pediram e até mesmo me pediram para vendê-la, mas eu não faria isso, pelo menos não agora, é uma das minhas peças favoritas... quando fiz a primeira venda [no bazar], havia saias xadrez e elas foram uma das primeiras a serem vendidas, são sempre uma das primeiras a serem vendidas. Agora, para essa coleção, encontrei essa verde, uma vermelha, que vamos fotografar agora, elas estavam em uma mesa em um mercado, juntas, e ambas têm detalhes semelhantes, bem, como modificações, elas têm a costura do lado direito descosturada, e com pequenas barbas, mas o tipo de descosturado que você faz de propósito, que você pode fazer em suas roupas. A saia vermelha também tem isso, e tem até um pequeno alfinete de segurança que você verá agora. Achei estranho encontrá-las juntas, elas não são da mesma marca, mas foram modificadas da mesma maneira, o que me faz pensar que talvez fossem da mesma pessoa e que essa pessoa as modificou, mas, nesse caso, não sei como elas se juntaram.
Gosto da blusa porque é arejada e levemente translúcida, é um pouco quente, mas quando o inverno chegar não será um problema; também gosto do fato de não ser branca nem bege, gosto de toda a blusa porque é um pouco quente, mas quando o inverno chegar não será um problema; também gosto do fato de não ser branca nem bege, gosto de toda a blusa. roupa porque, embora tenha um visual retrô, também tem um visual durão, como grunge.
Esta é a outra saia que encontrei, gosto da aparência dela. grungeGosto muito dessa tendência em particular, e ela também está se tornando muito moderna, pois a grunge É muito anos 90, você pode parecer muito feminina e durona ao mesmo tempo. Gosto muito da saia, que é muito bem cuidada, e do detalhe da trava de segurança; eu não a coloquei, ela já a tinha, e é uma trava de segurança antiga. Acho estranho que ela tenha o mesmo detalhe de ser descosturada do mesmo lado que a outra saia, e que isso pareça ser proposital. Gosto da blusa preta porque tem mangas compridas, mas não é quente, mas também não é muito fresca, que é o que se deve procurar em roupas de outono... o conjunto roupa Gosto disso e gosto do fato de ter escolhido a Michelle [modelo] para isso roupaporque me faz sentir como se ela fosse uma bruxa, o que está totalmente de acordo com a ideia que tive para esta coleção.
Por sua vez, Janeth (34 anos) explicou sobre as modificações que fez em um vestido e a criação de um roupa dele:
Esse vestido era longo, nós o modificamos, é uma pena cortá-lo porque ele é muito bonito, mas mais pessoas podem comprá-lo se ele for curto. Acho que esse vestido é ideal para o clima de Monterrey porque é feito de um tecido muito fresco e branco, acho que parece um vestido de noiva, parecia ainda mais um vestido de noiva quando era longo; também acrescentamos um botão na parte de trás que ele não tinha, os sapatos são de camurça, têm uma pequena mancha que é difícil de remover, mas estão em muito bom estado; muitas vezes os sapatos ou as roupas estão em bom estado, mas quando chegam aos armazéns ou fardos ficam sujos, as pessoas os pegam, mexem, medem etc., e eles acabam se danificando.
Quando Janeth modifica uma peça de roupa, ela tem em mente os calçados e acessórios com os quais pode combiná-la para criar um visual mais sofisticado. roupa que ela proporá aos seus clientes. Muitas vezes, quando compra uma peça de roupa, ela pensa nas combinações que pode fazer com os acessórios ou sapatos que já possui, ou pode procurar um item específico para obter o visual certo. roupa ele está pensando. Portanto, como já explicamos, o ato de pesquisar faz parte do ato de projetar e criar.
A própria Janeth, juntamente com seu irmão, nos explicou sobre outro roupa que eles fotografaram na mesma sessão da qual participamos. Ao fazer isso, ele é rico em detalhes e mostra seu conhecimento e gosto pelo que faz. O resultado é sua criação.
Este é um macacãoOriginalmente era longa, como uma calça, mas nós a cortamos. Um dia por semana, Danny e eu nos reunimos para modificar as roupas. A verdade é que muitas vezes há roupas muito bonitas, mas, na realidade, as pessoas não as compram porque são muito extravagantes ou não são muito funcionais para andar na rua, especialmente no calor de Monterrey, por isso tentamos trazer tecidos frescos, e aqueles que não são, como vestidos, saias e saias, tentamos trazer roupas que não são muito funcionais. macacõesGeralmente, nós os modificamos nas pernas ou nas mangas para deixá-los ainda mais frescos, o que nos ajudou a vender as peças com mais facilidade. Gostei muito desse vestido por causa da estampa e das cores preto e branco, que geralmente são associadas a flores na primavera ou no verão, mas como esse vestido tem cores neutras, pode ser usado no outono. Os sapatos combinam muito bem com os toques brancos do vestido. Uma coisa de que realmente gostamos ao trazer os sapatos das vinícolas [em McAllen, Texas] é que eles são muito duráveis; os sapatos de hoje em dia não costumam durar muito, a menos que você compre uma marca muito boa, mas os sapatos são muito duráveis e muito fáceis de usar. vintage São todos de couro, costurados, com rebites, já duraram uma vida inteira com um dono, provavelmente durarão mais uma [risos]; se tiverem detalhes, também os consertamos; se for algo grande, vamos a um sapateiro, se for algo pequeno, como polimento ou limpeza, nós mesmos fazemos.
Mas a criação não é apenas uma questão comercial, ou seja, eles não projetam trajes não apenas para vender, mas para criar e alcançar um estilo coerente com uma estética que seja considerada não apenas autêntica, mas também própria. Portanto, os consumidores também são criadores e modificam as peças de vestuário para transformá-las naquilo que realmente combina com seus gostos, alcançando a autenticidade de que uma peça precisa para ser usada "muito mais":
Encontrei esse vestido na Mesón Estrella... Gostei muito dele e o comprei, mas não me senti completamente confortável, não é que eu não gostasse dele, eu gostava muito, mas não conseguia explicar por que não o usava tanto, então recentemente comprei minha máquina de costura, eu queria uma há muito tempo porque estava pensando em modificar peças de vestuário, então decidi experimentar com esse vestido, cortá-lo e criar duas peças, senti que poderia usá-lo mais se tivesse uma blusa e uma saia, de modo que, de alguma forma, pareceria mais moderno. Quando fiz isso, quando modifiquei esse vestido, eu realmente não sabia nada sobre costura e senti o medo que geralmente se sente com essas peças, se você estragá-las, não encontrará outra igual, mas bem, eu me arrisquei e não ficou muito ruim, tem uma ou duas linhas soltas, mas está tudo bem, ficou bom e funcionou, agora eu o uso muito mais!
A autenticidade das peças é uma característica das roupas. vintagemas no caso de roupas economiaEssa autenticidade não está relacionada a uma época, mas aos diferentes estilos que tanto os revendedores quanto os consumidores criam a partir do momento em que encontram a peça, seja em um bazar ou em uma loja de roupas de segunda mão em um tianguis. Embora a relevância e o apreço pela autenticidade das peças de vestuário já tenham sido expressos em alguns dos depoimentos apresentados nas subseções anteriores, a experiência de Carolina de seguir uma blusa até conseguir comprá-la nos mostra o quanto uma pessoa pode se envolver na aquisição de peças de vestuário que são valorizadas pessoalmente.
Em sua narrativa, Carolina evidencia sua ampla familiaridade com bazares ou lojas de roupas on-line. economia. De passagem, ela nos mostra a maneira pela qual as roupas são frequentemente oferecidas e adquiridas no ambiente das redes sociais, em uma dinâmica na qual as pessoas parecem competir para obter as roupas que desejam ou apreciam tanto, não tanto por uma ânsia pretensiosa ou caprichosa, mas sim por um desejo de obter uma apresentação pessoal autêntica que seja coerente com o estilo concebido em seus próprios termos.
Essa blusa foi originalmente carregada pelo Yessi Bazar em sua página de vendas. Seu preço era $90. Assim que a vi, adorei e quis comprá-la, mas Liliana, do Bremur [outro bazar], a comprou antes de mim. Quando ela estava à venda no Yessi Bazar, não comentei nada sobre a imagem da venda, mas devo admitir que durante vários dias pensei no quanto gostei dela e que seria impossível encontrar uma igual; quando você vê uma peça única, se você gosta dela e não a compra, é muito difícil conseguir uma igual. É isso que faz com que nós, compradores, nos apaixonemos por determinadas peças, por isso é preciso comprá-las rapidamente, antes que outra pessoa o faça.
Depois, a Liliana [proprietária do Bremur Bazaar] publicou a blusa em agosto, em sua coleção com tema de caubói. A blusa estava agora na $140, mas não pude comprá-la porque não tinha dinheiro na época. Foi uma pena não poder comprá-la novamente.
Em setembro, Liliana publicou as vendas em seu bazar. Tudo estava a $50, ou dois itens por $80. Dessa vez, consegui separar a blusa!
A partir do caso da tendência economiaNeste artigo, estamos interessados em entender e descrever a alocação de valores e significados em relação às roupas. Para isso, conversamos, entrevistamos e observamos mulheres varejistas e consumidoras de roupas. economiaPor meio de narrativas, descrições, imagens e contato direto com as roupas (ou seja, a maneira como as tocam, mostram e movem), eles expressaram seus sentimentos em relação às roupas. O que foi dito acima pode ser entendido como atos altamente personalizados, mas aqui nós os interpretamos como parte de um processo nitidamente social de criação de estilo e de construção de identidade individual e coletiva, que gira em torno da ideia de autenticidade, mesmo quando ocorre dentro dos limites estabelecidos por estruturas poderosas como o mercado, o consumo ou a construção social de gênero.
Identidade economia gira em torno da produção e do consumo de roupas (entre outros objetos). O fato de que a construção da identidade individual e coletiva, bem como outras práticas sociais, para se reproduzir, requer a aquisição e a troca de bens e serviços (Harvey, 2013: 93) não é novidade nas sociedades urbanas atuais. Mas o fato de essa produção e esse consumo ocorrerem como atos de apropriação e personalização das mercadorias em questão coloca a coletividade economia ao lado de outros que buscam autenticidade, distinção e, portanto, identidade. Nesse sentido, o objetivo de apresentar as narrativas e imagens na seção empírica deste artigo foi mostrar a relação personalizada das pessoas com as roupas e, com isso, o aspecto peculiar e central da tendência. economia. Se essa identidade gira em torno da produção e do consumo de bens, ao mesmo tempo eles são concebidos como algo mais do que meras mercadorias pelos membros da coletividade. Isso implica um esforço, que pode ser visto na busca (quase perseguição, como vimos no último caso) de roupas em bazares, mercados de pulgas, sites da Internet ou lojas de roupas de segunda mão; na "modificação", confecção e criação de trajese no vínculo sentimental que é apelado no relacionamento com as roupas. É por isso que, para os seguidores da tendência economiaÉ importante dizer e deixar claro por meio de seu tratamento (rituais de posse) que eles amam as roupas, que têm um vínculo com elas, que elas geram emoção e apego, que eles se "apaixonam" por elas, que elas são cuidadas e tratadas com delicadeza. Por esse motivo, também fazem distinção entre vender e "deixar", "usar" ou "partir"; e atribuem às roupas qualidades como maciez e frescor, ou capacidades (pontos fortes, fracos) como sorte ou medo. Portanto, as roupas têm "vida própria", "uma história", são "únicas" e têm "detalhes". Apesar de tudo isso, ela é vendida ("I had to put it on sale"), ou seja, é colocada como uma mercadoria, mas com toda uma aura de avaliações que a fazem parecer diferente: sua materialidade, sua textura, suas cores, suas formas são valorizadas, como se para evitar que ela se torne aquele fetiche cuja materialidade "evapora" (Stallybrass, 1988: 185) por ser uma mercadoria no mercado.
Na tendência economia Sim, ele é vendido, sim, ele busca ganhar dinheiro, sim, ele é comprado, mas o caráter de mercadoria do objeto (Appadurai, 1991) deve parecer secundário, justamente porque, antes de ser uma mercadoria, ele é um objeto que tem uma função (sem negar sua função de mercadoria) que reproduz vínculos, laços sociais e identidade pessoal. Assim, o economia é uma tendência, é uma identidade, mas antes disso é uma prática social (Giddens, 1991) por meio da qual o eu, o coletivo e a relação de ambos com o mundo são recriados, atravessados pela impessoalidade do consumo e pela imagem estereotipada do consumidor. O economiaNesse sentido, é também uma reação que, precisamente por esse motivo, se esforça para tornar o relacionamento com os objetos um assunto sentimental.
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Efren Sandoval Hernandez é PhD em Antropologia Social pela ciesas. Ele é professor pesquisador da Unidade Nordeste da Universidade de São Paulo. ciesas. A partir de uma pesquisa sobre contrabando e comércio de "fayuca", ele tem se interessado pelo estudo de economias informais, ilícitas e de fronteira. Em 2019, ele foi coeditor, junto com Martin Rosenfeld e Michel Peraldi, do livro A friagem do Norte ao Sul. Produção global, comércio transfrontal e mercados informais de roupas usadas. (Éditions Pétra, Paris), e em 2018 coordenou o livro Violando a vida no norte do México. Estado, violência e migração na fronteira com o Texas. (ciesas(Plaza y Valdés, México). Atualmente, ele está interessado em estudar o comércio e o consumo de roupas usadas na cidade de Monterrey.
Carolina González Castañeda (Kat Azul) é uma artista visual. É estudante de graduação em Artes Visuais na Facultad de Artes Visuales da Universidad Autónoma de Nuevo León. Atualmente, ela é bolsista do Subprograma de Becas para Tesis Externas (promoção 2020) da ciesascom o projeto de tese "Moda, identidade e economia". economia. Fabricação, design e revenda de roupas de segunda mão vintage". Em 2019, ela foi a vencedora da residência artística "Espacios en Colisión", concedida pelo Sitio e pelo Consejo para la Cultura y las Artes de Nuevo León (conarte). Seu projeto artístico "Topofilia" foi exibido em 2018 na Galería Aparato, e em 2019 ele exibiu, para conarte e El Móvil, seu trabalho "¿Vienes a casa? Ou Você está indo para casa?". Coletivamente, entre outros, expôs a obra "Ucronías", na Galería Réplica, em Valdivia, Chile (2019).