Yasuaki Yamashita e a busca por uma cultura de paz: lições de Nagasaki

Recepção: 28 de abril de 2025

Aceitação: 6 de maio de 2025

"Na cidade em ruínas,
uma flor de lótus
floresce em silêncio".
Haiku, anônimo

Em 26 de outubro de 2024, Yasuaki Yamashita deu seu testemunho como sobrevivente do bombardeio atômico de Nagasaki no Centro Cultural Universitário Caja Real da Universidad Autónoma de San Luis Potosí, no centro histórico da capital de San Luis Potosí. Cerca de 200 pessoas, com idades entre três e 92 anos, vieram para ouvir com curiosidade, mas também para aprender com uma das poucas pessoas que sobreviveram a um bombardeio nuclear; seus ensinamentos nos ajudaram a entender o significado dramático da palavra "sobrevivente". hibakushaque explicaremos mais adiante. Temos noções sobre o ataque nuclear que os Estados Unidos lançaram contra o Japão durante a Segunda Guerra Mundial, mas sabemos pouco sobre as pessoas que sobreviveram a esse evento: que doenças manifestaram com a radiação, o que comeram, como se organizaram para reconstruir áreas que estavam em cinzas, em que se concentraram para enfrentar a adversidade e a tragédia? Tínhamos muitas perguntas e esta breve entrevista é o resultado do que Yamashita compartilhou conosco.

Tanto a palestra ao público quanto esta entrevista têm como objetivo fornecer aos leitores um exemplo em primeira mão de por que uma cultura de paz é importante; procuramos destacar as experiências de um sobrevivente do ataque nuclear dos EUA, para que sua experiência se torne parte da memória social e suas palavras transcendam as noções teóricas do conhecimento acadêmico de antropologia e história, que são importantes para a comunidade acadêmica. Sem dúvida, o conhecimento testemunhal tem mais impacto sobre a memória coletiva.

Em termos de referências teóricas, há clássicos como o pensamento de Mahatma Gandhi, que ocupa um lugar fundamental ao propor a não violência (ahimsa) e a busca ativa pela verdade (satyagraha) como pilares para a resolução de conflitos e a construção de sociedades justas. Gandhi afirmou que a paz não é apenas a ausência de guerra, mas a presença de justiça social, harmonia e empatia, elementos que devem ser cultivados por meio da educação e do exemplo pessoal (Bose, 1981: 159-161). Acreditamos que esta entrevista mostra o exemplo de um sobrevivente que compartilha suas experiências de resiliência há anos. Essa é a importância e o privilégio de poder dialogar com Yasuaki Yamashita.

Portanto, mostraremos alguns aspectos da cultura de paz, como Yamashita se tornou um dos promotores desse movimento, conheceremos sua história, que abordaremos em analogia com o anime. O menino e a garça (2023), de Hayao Miyazaki.

Cultura de paz a partir da antropologia, da memória histórica e da arte

A cultura da paz representa um paradigma essencial para a coexistência global, especialmente em um mundo marcado por conflitos armados e desigualdades. Autores como Elise Boulding (2000) e Johan Galtung (1996) exploraram esse conceito a partir de perspectivas antropológicas e sociológicas, destacando a necessidade de abordar a paz não apenas como a ausência de guerra, mas como uma estrutura ativa de justiça e respeito mútuo.

A cultura de paz, de acordo com Galtung (1996: 11-13), é construída por meio da eliminação da violência estrutural, entendida como as desigualdades sociais, econômicas e culturais que perpetuam o conflito. Nesse sentido, a antropologia fornece uma estrutura para a compreensão das práticas e narrativas comunitárias que promovem a reconciliação. Por sua vez, Boulding (2000: 1-7) sugere que a paz deve ser cultivada a partir das bases culturais por meio da educação, da arte e das tradições, fortalecendo os valores de cooperação e capacitação.

O trabalho de Yasuaki Yamashita é um exemplo concreto dessas práticas dentro da cultura de paz: ele não se concentra apenas em tornar visíveis os horrores das bombas atômicas, mas construiu um discurso para transcender a dor e promover um mundo sem armas nucleares. Como uma criança de seis anos poderia sobreviver a um ataque nuclear? Sua narrativa pode ser comparada ao anime O menino e a garça (2023),1 baseado no romance de 1937 escrito por Genzaburō Yoshino. No anime, Miyazaki tece uma história que, embora se passe na Segunda Guerra Mundial, trata de temas universais, como luto, enfrentamento e resiliência.

A história apresenta as experiências de Mahito, o jovem protagonista, que enfrenta uma perda devastadora em um ambiente repleto de tensão. O anime de Miyazaki também atua como um veículo de memória, abordando como as cicatrizes da guerra são passadas de geração em geração. Mahito luta não apenas com a perda de sua mãe durante a guerra, mas também com as expectativas de um mundo em reconstrução. Essa experiência ressoa com as palavras de Yamashita: "Sobre os ossos, a cidade foi reconstruída". Ambas as narrativas destacam a importância de confrontar o passado para avançar em direção a um futuro mais justo. No audiovisual japonês, a figura da garça cinza aparece, desafiando e acompanhando Mahito, o que pode ser interpretado como uma representação simbólica do trauma e da esperança. Essa história, em sua complexidade, reflete como as histórias individuais de sofrimento podem ser um ponto de partida para a transformação pessoal e coletiva.

Assim, o testemunho de Yasuaki Yamashita encontra um eco na narrativa de O menino e a garça ao relembrar o bombardeio atômico de Nagasaki, pois, assim como Mahito, Yamashita enfrentou uma realidade angustiante, mas conseguiu transformar sua experiência em um chamado à ação para construir um futuro sem violência. Portanto, a cultura da paz requer uma compreensão holística que inclua arte, memória e ação coletiva. O menino e a garça e o testemunho de Yamashita ilustram como as experiências pessoais de perda e resiliência podem contribuir para um discurso global de reconciliação.

É por isso que a memória social, um componente essencial da cultura de paz, é importante, pois nos permite refletir sobre os erros do passado para entender melhor o presente, já que o esquecimento e a ignorância, sem dúvida, favorecem os erros e a perpetuação da violência. De acordo com Maurice Halbwachs (1992), a memória coletiva é construída por meio de interações sociais e é fundamental para a identidade e a ação coletiva. Dessa forma, Yasuaki nos disse o seguinte:

Em 9 de agosto, uma segunda bomba atômica, conhecida como Homem gordo foi lançado sobre a cidade japonesa de Nagasaki, matando cerca de 40.000 pessoas e ferindo mais de 60.000. Na época, eu tinha seis anos de idade e estava brincando nas montanhas. Morava com minhas três irmãs e minha mãe, pois meus outros três irmãos e meu pai estavam lutando na guerra. Lembro que minha mãe nos levou para um abrigo, mas, antes de entrarmos, houve um terrível relâmpago de quase mil raios ao mesmo tempo. Após a explosão, fragmentos de janelas e telhados voaram por cima de nós, enquanto Nagasaki queimava à distância. A devastação incluiu não apenas a destruição material, mas também o sofrimento humano. Yamashita se lembra de uma criança com a coluna quebrada que morreu sem acesso a médicos ou remédios. Apesar de morar a 2,5 quilômetros do epicentro da explosão, a chuva negra contaminada por radiação ceifou a vida de muitas outras pessoas nos dias que se seguiram.

Yasuaki e sua mãe embarcaram em um trem para ir a vários vilarejos buscar batatas doces, que trocaram pelos poucos pertences que ainda tinham, como quimonos e joias. Seu pai estava trabalhando no estaleiro de Nagasaki, sobreviveu, mas foi recrutado para recolher cadáveres e sucumbiu aos efeitos da radiação. Com o tempo, Yamashita testemunhou os efeitos posteriores das bombas nas gerações seguintes, observando casos de câncer, leucemia e malformações em bebês. Quando trabalhou no hospital de Nagasaki, ele entendeu o impacto duradouro da bomba atômica. Ela reclamou conosco que as pessoas nunca foram informadas sobre as consequências da exposição ao ataque nuclear até ficarem doentes.

Yasuaki pôde continuar seus estudos e teve um interesse especial pelas aulas de espanhol com os jesuítas. Ele precisou ser tratado de anemia aguda, também causada pela radiação. Mesmo assim, ele trabalhou no hospital da bomba atômica em Nagasaki, onde os sobreviventes dos bombardeios eram recebidos. Lá ele conheceu e, mais tarde, sofreu discriminação por ser um hibakusha (pessoa bombardeada), termo japonês usado para se referir às pessoas que sobreviveram aos ataques atômicos a Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Devido ao desconhecimento dos efeitos posteriores da radiação, houve casos em que as pessoas excluíram os sobreviventes por medo e ignorância de que eles "passassem" as doenças geradas pela radioatividade. A tal ponto que, se houvesse suspeita de que algumas mulheres haviam estado nas áreas bombardeadas, elas eram vistas como inadequadas para o casamento por medo de que pudessem transmitir problemas genéticos aos seus descendentes e, em alguns casos, a família do noivo contratava detetives particulares para investigar se elas haviam estado em contato com os ataques nucleares ou perto deles a fim de cancelar a cerimônia de casamento (Serrano, 2020).2

Anos depois, Yasuaki recebeu uma oferta de trabalho como tradutor nas Olimpíadas de 1968 no México. Ele chegou ao Distrito Federal, atual Cidade do México, com a ideia de ficar por dois meses e decidiu que ficaria para aperfeiçoar seu espanhol. Agora (2025) ele mora em San Miguel de Allende. Foi em 1995 que ela decidiu compartilhar sua história publicamente para aumentar a conscientização sobre a devastação causada pelas armas nucleares. Seu testemunho faz parte dos esforços da Confederação Japonesa dos Sobreviventes da Bomba Atômica de Hiroshima e Nagasaki, mais conhecida como Nihon Hidankyo, fundada em 1956. Essa organização se dedica a promover o desarmamento nuclear e a defender os direitos dos sobreviventes. hibakusha que, como já mencionamos, é o nome dado às vítimas dos bombardeios atômicos. Suas atividades incluem a divulgação de testemunhos sobre as consequências devastadoras das bombas nucleares e a participação em movimentos internacionais pela paz (Greenpeace Espanha, 2024).

Em 2024, a Nihon Hidankyo recebeu o Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento que destaca seu trabalho incansável por um mundo livre de armas nucleares. Esse prêmio enfatiza a relevância dos testemunhos de sobreviventes como ferramentas para aumentar a conscientização global sobre os perigos das armas nucleares e promover sua abolição (Prêmio Nobel, 2024). De acordo com dados de 2024, aproximadamente 107.000 pessoas afetadas pelos bombardeios sobrevivem no Japão, com uma idade média de 85,6 anos (AsiaNews, 2024). Yasuaki Yamashita representa uma ponte entre as experiências das pessoas afetadas pelos bombardeios. hibakusha e a promoção de uma cultura global de paz. Ele dedicou sua vida a educar sobre os riscos das armas nucleares, contribuindo ativamente para o legado da Nihon Hidankyo. Seus esforços demonstram a importância dos testemunhos pessoais como catalisadores da paz e da reconciliação globais (Gonzalez, 25 de outubro de 2024).

Reflexões finais

O testemunho de Yasuaki Yamashita, um sobrevivente da bomba atômica em Nagasaki, fornece uma narrativa sobre as consequências da violência extrema. Seu trabalho educacional e seu compromisso com a abolição das armas nucleares estão de acordo com os ideais de paz positiva apresentados por Johan Galtung, que promovem a reconciliação e a memória como instrumentos para evitar conflitos futuros (González Morales, 2024). Testemunhos como o dele também foram abordados de um ponto de vista artístico, como no caso do filme O menino e a garça (2023), um anime que explora as cicatrizes da guerra e a importância da paz por meio de uma narrativa emocional e simbólica que conecta as novas gerações com a memória histórica.

Como destacamos no início, a cultura da paz - entendida como um conjunto de valores, atitudes e comportamentos que rejeitam a violência e promovem a resolução pacífica de conflitos - tem fundamentos teóricos e práticos nas contribuições de figuras como Mahatma Gandhi, Elise Boulding e Johan Galtung. Gandhi propôs a não-violência (ahimsa) como um princípio essencial para a transformação de conflitos, demonstrando que a mudança social pode ser alcançada por meio de ação pacífica e resistência moral (Gandhi, 1983). Elise Boulding (2000: 56-59) enfatizou o papel da imaginação social e das comunidades como agentes ativos na construção da paz sustentável, destacando a importância das narrativas coletivas e da educação para a paz. Johan Galtung (1996: 9-24), conhecido como o pai dos estudos sobre a paz, desenvolveu o conceito de paz positiva, que vai além da ausência de violência e se concentra na justiça social, na equidade e no bem-estar estrutural.

O Prêmio Nobel da Paz concedido à Nihon Hidankyo em 2024 representa, sem dúvida, um reconhecimento global das vítimas das bombas atômicas e de sua incansável luta pelo desarmamento nuclear. Esse prêmio reforça a relevância dos testemunhos dos hibakusha como ferramentas educacionais e políticas para aumentar a conscientização internacional sobre os riscos das armas nucleares e promover uma cultura global de paz (Prêmio Nobel, 2024).

Em conjunto, essas perspectivas mostram que a construção de uma cultura de paz requer uma abordagem multidimensional que combine teorias acadêmicas, narrativas pessoais e expressões artísticas. A paz implica não apenas a ausência de conflito, mas também a presença ativa da justiça e da memória. Essa abordagem holística nos permite abordar as complexidades dos conflitos modernos e abre caminhos para uma coexistência mais equitativa e solidária.

Bibliografia

AsiaNews (2024). Nobel Peace Prize to the Hibakusha: ‘Message for Today’s Wars. Recuperado de https://www.asianews.it/news-en/Nobel-Peace-Prize-to-the-hibakusha:-‘Message-for-today’s-wars’-61688.html

Bose, Anima (1981). “A Gandhian Perspective on Peace”, Journal of Peace Research, 18 (2), pp. 159-164. Recuperado de: http://www.jstor.org/stable/424207

Boulding, Elise (2000). Cultures of Peace: The Hidden Side of History. Nueva York: Syracuse University Press.

Galtung, Johan (1996). Peace by Peaceful Means: Peace and Conflict, Development and Civilization. Londres: Sage.

Gandhi, Mahatma (1983). An Autobiography: The Story of my Experiments with Truth. Boston: Beacon Press.

González Morales, Omar (2024). “Yasuaki Yamashita relatará heridas de explosiones nucleares en San Luis”, La Jornada, 25 de octubre. Recuperado de https://www.jornada.com.mx/noticia/2024/10/25/cultura/yasuaki-yamshita-relatara-heridas-de-explosiones-nucleares-en-san-luis-7097

Greenpeace España (2024). Comunicado sobre la concesión del Premio Nobel de la Paz a Nihon Hidankyo. Recuperado de: https://es.greenpeace.org/es/sala-de-prensa/comunicados/comunicado-de-greenpeace-sobre-la-concesion-del-premio-nobel-de-la-paz-a-nihon-hidankyo/

Halbwachs, Maurice (1992). On Collective Memory. Chicago: University of Chicago Press.

Serrano, C. (2020). “Hiroshima y Nagasaki. La dramática vida de los hibakusha, los sobrevivientes de las bombas atómicas que luego sufrieron miedo, culpa y discriminación”. BBC Mundo, 9 de agosto. Recuperado de: https://www.bbc.com/mundo/noticias-53675074

Nobel Prize (2024). Nobel Peace Prize 2024 Announcement. Recuperado de https://www.nobelprize.org/prizes/peace/2024/press-release/


Greta Alvarado Lugo é PhD em Estudos Antropológicos pelo El Colegio de San Luis, México. É mestre e especialista em arte indiana pela Universidade Complutense de Madri, Espanha, e também possui diploma em Ásia pela Universidad del Chaco Austral, Argentina. Membro da Associação Latino-Americana de Estudos Asiáticos e Africanos (aladaa), a Rede da América Latina e do Caribe sobre a China unam-cechimexÉ membro da Rede Acadêmica Latino (e Hispânica) Americanista de Estudos Sinológicos da Universidade da Costa Rica e da Associação Latino-Americana de Estudos Asiáticos e Africanos. Desde 2019, é professora da Universidad Autónoma de San Luis Potosí (uaslp), México. Membro do Sistema Nacional de Pesquisadores (snii), nível de candidato.

José Luis Pérez Flores é PhD em História da Arte pela unam. Desde 2010, ele é professor pesquisador em tempo integral na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Ele tem um perfil desejável prodep. Membro do Sistema Nacional de Pesquisadores, nível i. Leciona em nível de graduação, mestrado e doutorado; orientou teses de graduação e pós-graduação. Publicou um livro autoral, coordenou vários livros coletivos; também escreveu artigos científicos em revistas nacionais e internacionais indexadas e arbitradas. Participante de eventos acadêmicos no México, Espanha, Estados Unidos, Peru, Equador, Colômbia e Itália.

Yasuaki Yamashita nasceu em Nagasaki em 1939, seis anos antes de as duas bombas nucleares serem lançadas no Japão. Yamashita tem se dedicado a compartilhar seu testemunho, contribuindo para a preservação da memória histórica do bombardeio e defendendo a paz e a abolição das armas nucleares. Seus esforços têm sido fundamentais para educar as novas gerações sobre as consequências devastadoras da guerra nuclear e aumentar a conscientização sobre a necessidade de um mundo sem armas nucleares.

Assinatura
Notificar
guest

0 Comentários
Feedbacks do Inline
Ver todos os comentários

Instituições

ISSN: 2594-2999.

encartesantropologicos@ciesas.edu.mx

Salvo indicação expressa em contrário, todo o conteúdo deste site está sujeito a um Creative Commons Atribuição- Licença Internacional Creative Commons 4.0.

Download disposições legais completo

EncartesVol. 8, No. 16, setembro de 2025-fevereiro de 2026, é uma revista acadêmica digital de acesso aberto publicada duas vezes por ano pelo Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social, Calle Juárez, No. 87, Col. Tlalpan, C. P. 14000, Cidade do México, P.O. Box 22-048, Tel. 54 87 35 70, Fax 56 55 55 76, El Colegio de la Frontera Norte, A. C., Carretera Escénica Tijuana-Ensenada km 18,5, San Antonio del Mar, núm. 22560, Tijuana, Baja California, México, Tel. +52 (664) 631 6344, Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente, A.C., Periférico Sur Manuel Gómez Morin, núm. 8585, Tlaquepaque, Jalisco, tel. (33) 3669 3434, e El Colegio de San Luís, A. C., Parque de Macul, núm. 155, Fracc. Colinas del Parque, San Luis Potosi, México, tel. (444) 811 01 01. Contato: encartesantropologicos@ciesas.edu.mx. Diretora da revista: Ángela Renée de la Torre Castellanos. Hospedada em https://encartes.mx. Responsável pela última atualização desta edição: Arthur Temporal Ventura. Data da última modificação: 22 de setembro de 2025.
pt_BRPT